Cap 22 Para Sempre Amigas

Cap 22

Para Sempre Amigas

Estava dito. Abri o jogo. O silencio vagava pelo quarto. Não podia ler seus pensamentos e nem conseguia encara-lo.

- Como disse Demi? – Perguntou baixo e vagarosamente.

- Especial Homo! – Me virei encontrando seus olhos perdidos em mim. Não conseguia decifra-los.

- De onde você tirou isso? Na verdade o que é isso?

- Não sou idiota. Isso explica tudo. Seu comportamento, seu sumiço, a forma como você enfrenta Joe...

- Você nunca o enfrentou?

- É diferente.

- Claro. Você não sabe de nada. A não ser o que seu namoradinho falou.

- E já não é o suficiente?

- Sabia que ele faria de tudo pra coloca-la contra mim.

- Já disse que Joe não tem nada a ver com isso.

- E como descobriu então?

- Já disse, a forma que você o enfrenta e quando vocês brigaram, era pra ele ter acabado com você, mas vocês lutaram de igual pra igual.

- Você é bem espertinha. – O olhei incrédula. – Mas Demi os vilões são eles. Não eu.

- Gostaria muito de acreditar. Mas eu já sei ok. Vocês começaram tudo.

- Não Demi! Eles querem acabar com nosso povo.

- Você é o rei?! Por isso diz nosso povo?

- Sou eu Demi! Eu vim pra libertar e acabar de uma vez com eles. Todos eles. – Me desesperei. Ele não podia fazer nada contra meu Joe.

- Não. Não. Você não pode. Você não vai vence-los...

- Você não nos conhece Demi. Somos muito mais fortes do que imagina.

- Mas... Não posso ficar contra você, nem contra Joe.

- Não precisa Demi. Mas você só vai ter um dos dois.

Entrei em colapso. Lembrei do sonho que tive no hospital. O sonho que não me lembrava. Ele me invadiu, como se estivesse vendo tudo de novo.

- É como no sonho!

- O que ? O que disse?

- Sim. O sonho que tive.

- Sonho? Demi do que você está falando?

- Sonhei que você e Joe estavam em uma ponte, prontos pra uma batalha. – Meu coração pulava com uma rapidez inimaginável. -  Mas eu os interrompi... O problema foi que não era pra separa-los, mas sim como se a luta fosse minha.

- Isso foi só um sonho Demi! – Eu percebi que ele tentou me acalmar, mas estava um pouco assustado. Eu como sempre, é só falar sobre meus sonhos entro em estado de choque.

- O problema é que sempre que sonho... ele acontece. – David ficou em silencio me olhando aflito.

- Desde de quando isto acontece? – Se sentou ao meu lado apreensivo.

- Desde de sempre. – Comecei a chorar de desespero. Claro que tinha algo de errado em tudo isso. Só não sabia oque.

- Demi olha pra mim. Preciso que me de detalhes.

- Só tenho sonhos pavorosos. E sempre fico angustiada porque sei que vão acontecer.... – Minha voz já estava embargada em consequência ao choro desenfreado. – os últimos estão cada vez piores. Sonhei que ia cair de um carro em um barranco e que ele iria explodir.

- Isto não aconteceu

- Mas eu sinto que vai acontecer!!! Eu sei!!! Mesmo sem querer, mesmo tentando esquecer, eu sei. Depois foi que estava em uma floresta, escura e sozinha, caminho por ela até encontrar o que procurava, que eram os quatro elementos, cada um em sua tocha, água, terra, fogo e ar.

- Espera aí. Como é que é?

- Foi só isso. Nunca entendi. E depois sem ser em sonho uma linda mulher apareceu pra mim, na lua. Você pode achar que estou louca, mas não. Sei o que vi. Era como se ela quisesse me prevenir de algo, me mostrar que sempre estaria ao meu lado, mesmo com tantas duvidas no coração.

- Como era essa mulher? – DAVID disse com a voz embargada, quase como choro.

- Linda. Estonteante. Fiquei um pouco assustada, mas não posso negar que me fez bem vê-la.

Ele se levantou, olhou pra fora. Já era noite e a lua estava linda, ele a observava e nem conseguia imaginar no que pudesse estar pensando.

- Não acha que sou louca, não é mesmo?

- Não Demi. Acredito em você, já que.... ela é minha mãe. – Disse isso se virando pra mim. Me paralisei total, só me lembro de minhas pálpebras se mexerem para arregalar meus olhos. Mas algo me dizia que não era só isso, como se tivesse mais alguma coisa, e ele conseguiu ler meu olhar e abriu a boca pra lançar a bomba. – Ela é nossa mãe Demi.

Meu coração dilacerou, faltou ar no momento. Não conseguia falar, comecei a tremer e a chorar descontroladamente. Não pode ser verdade. Turbilhões de coisas invadiram minha mente, tudo estava errado, não era possível, não tinha como ser possível.

- O que você quer dizer com isso? – Não tinha controle sobre minha voz, na verdade nem sobre meus pensamentos, que estavam a mil.

- É a verdade Demi!

- Não. Não. Minha mãe é...

- Demi. Ate agora não entendeu que somos adotados.

Isso foi mais um baque em meu coração. Senti uma pontada tão forte nele, que tive que respirar fundo diversas vezes.

- Mas como? – Minha voz quase não saia. Mas o ponto crucial conseguiu ser entendido. – Quer dizer que eu sou...

- Sim Demi! Somos especial Homo! – Este foi o ponto para me fazer perder os sentidos, a noção de tempo, de espaço, de tudo. Me senti zonza, via tudo girar ao meu redor. E o rosto da mulher apareceu novamente, tão lindo pra mim.

- Tudo começou a muitos anos atrás. Você sabe sobre a rixa que temos com os mumiagipys, eles mataram nossa mãe. Tenho certeza que Joe não te falou isso. Lógico que isso fez aumentar a ira do povo. O próximo passo deles era nos matar. Mas antes de morrer ela nos colocou neste mundo. Distante de tudo, você era apenas um bebê. Eu já tinha cinco anos.

- Então quem é Daiana?

- Irmã de nossa mãe. Demi dos reis só um nasce com a missão de governar. E essa pessoa era nossa mãe, então Daiana, veio para este lugar, já que lá ela não tinha função, pode-se dizer.

- Quer dizer que entre nós dois você é o escolhido?

- Sim.

- Então ela... a Daiana sabe de tudo?

- Sim.

- E meu pai?

- Também. Ele é humano mas sabe.

- Oh nossa! – Abaixei a cabeça sobre as mãos completamente atordoada. Como podia ser possível?!

- Chega! É demais pra mim. Me deixa pensar.

- Tudo bem Demi. Mas lembre-se que você pertence a nós, não a eles.

– Me coloque na cama por favor e não me chamem para o jantar. – Fez o que pedi. Deu um beijo em minha testa e foi embora

Deitei de frente pra janela, com a luz da lua invadindo meu quarto. Apenas uma lágrima escorria de meus olhos. A partir de agora, vi como minha vida estava acabada, Selena não queria olhar pra mim, meus pais não são meus pais, não pertenço a esse mundo, e terei que me afastar de Joe? Não posso, não tenho forças pra isso. Foi só começar a pensar em tudo que chorei como uma criança no cola da mãe, chorei como nunca havia chorado, sentia aquela dor me consumir dentro do peito, tentando imaginar como tantas coisas podem acontecer em um só dia. O pior é que agora estava inválida, não servia pra nada e ficaria assim pra sempre. Minha fisioterapeuta dizia que não, mas sabia que sim.

Dormi assim, sem tentar encontrar soluções, só soltando as mágoas através de lágrimas e soluços. De manha acordei sem disposição pra ir a escola, mas tarde a fisioterapeuta apareceu e percebeu como estava diferente, terminando seu trabalho foi embora sem rodeios. Mas tarde Ricardo e meus amigos apareceram, mas não os recebi. Quando o sol já se punha escuto algo bater na janela diversas vezes, meu coração doeu muito, pois sabia que era Joe. Mas não fui ate ele.

No dia seguinte não apareci no colégio novamente. Ainda de manha, permanecia deitada, ouço o bater na porta e minha mãe entra.

-Bom dia filha! – Respiro fundo antes de responder.

- Bom dia.

- Está melhor hoje?

- Sim. Podemos conversar?

- Claro. - Sentou ao meu lado.

Meus olhos já se encheram de lágrimas, tinha que ser mentira, por que não ser mentira?

- Por que nunca me disse? – As lágrimas já rolaram. -  Por que esconderam de mim?

- Me perdoe Demi? – Ela me abraçou. Ficamos as duas chorando, senti seu calor, seu perfume. Quantas vezes lhe chamei de mãe, entreguei as cartinhas perfumadas com seu perfume, como amava me vesti como ela, como a beijava, como a amo. É tão duro descobri que a pessoa que mais ama não é.... quem você imaginava.

- Mãe! Eu te amo! – Choramos ainda mais.

- Também te amo meu amor. – Nos separamos tentando secar as lágrimas. – Não podia dizer pra você. Iria perguntar quem era sua mãe e o que poderia responder? Mas Demi.... Sempre te amei como minha filha, você é minha filha e ninguém pode me dizer o contrário. Por favor não me rejeite não vou suportar, te amo como se fosse do meu sangue, carne da minha carne, como se ouve-se saído de mim. Você é minha Demi. Minha.

- Você é minha mãe. Não suporto a ideia de pensar o contrario. – Tentei me recompor, mas foi em vão. – Eu te amo mamãe, só preciso ouvir de você que nunca vai me abandonar aconteça o que acontecer.

- Jamais Demi! – Me abraçou. – Jamais filhinha! Nunca vou te perder, já tive esse medo mas agora que tudo passou nada vai te tirar de mim.

- Obrigada por ter me amado. Imagino como foi difíceis esses últimos dias, tanto emocional como financeiro. – Ri tentando fazer uma piada entre o choro.

- Demi! Me pediram pra não te dizer mais....

- O que?

- Você sabe que eu e seu pai não temos condições de pagar tudo isso pra você...

- O que quer dizer com isso?

- Foi a Miley filha. O médico é o pai dela. A fisioterapeuta é uma amiga dele. Tudo foi grátis, os pais da Miley bancou tudo, porque ela pediu.

Fiquei sem reação, algo que acontece frequentemente. Miley fez isso por mim.

- Quem mais sabe disso?

- Eu, seu pai, David e Ricardo.

- Mãe preciso ir ate ela agora.

- Calma filha! Você nem tomou café da manha.

- Me ajude vesti roupa por favor. Eu preciso.

- Ou Demi como você é teimosa.

Me vesti o mais rápido que pude e fui sozinha contra a vontade da minha mãe claro. Não sou tão inválida assim. Consigo andar sozinha. No caminho só sabia chorar e rir ao meu tempo, as pessoas que passavam na rua com certeza pensavam que estava com problemas psicológicos, mas é que não conseguia imaginar que Miley faria algo assim por mim. Toquei campainha e quem atendeu foi o pai dela.

- Oi Demi! Que alegria te ver aqui.

- O senhor aqui?

- É acho que não imaginou que fosse o pai da Miley.

- Eu já sabia. Na verdade é que pelo que a Miley falou você é um pai muito ocupado.

- Desde que tudo aconteceu com você, percebi o valor que tenho que dar a minha filha, ela deve estar em primeiro lugar. Agradeço a você Demi. – Sorri sem graça.- Vamos entre. Deixe eu te ajudar. – Foi para trás da cadeira e me levou ate a frente da casa. – Estou vendo que está melhor.

- Graças a Deus sim.

- Sua fé te salvou Demi. E ela pode te ajudar muito mais. Vou chamar a Miley.

Não demorou muito ela apareceu toda sorridente me dando um abraço super acolhedor.

- Estava preocupada Demi, não apareceu na escola. Seus amigos disseram que foram te ver mas você não os recebeu.

- É.... não estava muito legal. Mas não vim aqui pra isso.

- Pra que foi então? – Me levou pra um lugar lindo em seu jardim para sentarmos (Door pra ela sentar)

- Tenho muito o que te agradecer. Você é meu anjo. – Ela sorriu pra mim, já com os olhos molhados. Sabia muito bem do que estava falando.

- Demi! Quem te contou?

- Isso não importa. Miley não tenho nem palavras. Se estou aqui é porque você ajudou a tornar isso possível. Eu quase morri.

- Eu sei. – Agora algumas lágrimas rápidas desceram e ela logo fez questão de seca-las. – Mas esquece isso. Lembra que somos amigas. Amigas sempre para o que der e vier.

- Por quanto tempo você estava escondida amiga! – As duas riam e choravam ao mesmo tempo. Ela novamente veio me dar um abraço. Nos distanciamos quando a empregada veio trazendo suco e bolo.

Selena Narrando

Fui abrir a porta.

- Ricardo. – Inventei cara de surpresa. Estava totalmente sem humor.

- Estava preocupado com você. Não apareceu mais na escola.

- Não quero mais ver a Demi e nem a Mileyeca! – Sai em direção a cozinha.

- Não faça isso Sel. Vai ser bem melhor agora, sem vocês se quebrando pelo caminho.

- Ela não precisava ter escondido de mim poxa! Somos amigas! Deveria ter confiado em mim. Tá certo que realmente eu não aceitaria que ela fosse, mas já que ela foi deveria ter me dito. Agora fiz papel de idiota na frente de todos, sendo que você e a Tiffany sabiam.

- Não jugue a Demi.

- Claro que você vai pedir isso. É apaixonado por ela. – Vi que ele abaixou a cabeça se sentindo idiota por não conseguir esconder isso. Não sei como Demi nunca percebeu.

- Se lembra de quando ela estava no hospital?

 – Claro que me lembrava, foram os piores dias da minha vida, pensei que fosse perder minha amiga.

- E agora que ela está bem você vai perde-la assim? – Realmente fazia sentido o que dizia, fiquei em silencio pensando. – Sel, a Miley pediu ao pai dela pra que pagasse todo o tratamento da Demi. Tudo o que a Demi precisou e precisa é a Miley que ajudou.

Lógico que fiquei surpresa, e ate sem fala.

- Co...como assim? A Miley?

- Pois é. Ficou surpresa né? Viu só como as coisas são...

- A Demi poderia estar morta....  – A palavra ficou vaga. Minha voz ficou embargada.

- Mas não está.

Não demorou muito Ricardo foi embora. Fiquei com aquilo na cabeça. Justo a Miley? Andava de um lado para no outro pela sala e percebi que não podia continuar assim, peguei a chave e tranquei a porta logo atrás de mim.

Apareci em frente ao portão dela. Me lembrei de quantas vezes Demi e  eu viemos aqui tocamos a campainha e saímos correndo. Rsrsr. Dessa vez não, toquei e aguardei alguém atender. Uma mulher uniformizada abriu, será que a Miley tem empregada?

- Estou na casa certa?

- Depende de onde deseja estar.

- A Miley mora aqui?

- Sim, pode entrar. – Quando coloquei o primeiro pé pra dentro me surpreendi, por fora a casa não parecia ser tão grande, na verdade era uma mansão. Tinha um enorme jardim lindo, que levava para a casa.

- Ela está ali. – Apontou para um lado do jardim onde tinha uma mesa com quatro cadeiras lindas também.

Super envergonhada, fui ate ela. Ao chegar perto se colocou de pé.

- Oi Selena!

- Miley.

- Aceita alguma coisa?

- Não, não. Obrigada. – Ficamos em silencio com a mão no bolso olhando para os lados. Que ridículo! – Miley é... Sabe é difícil pra mim, deixar meu orgulho e vir ate aqui. Eu... – Não consegui mais manter postura, fui sendo vencida pelas lágrimas.- Não consigo mais ser forte... – Fui abraça-la, não conseguia dizer mais nada. – Me desculpe. – Ela apertou o abraço, senti lágrimas descerem pelas minhas costas. – Sei que não deveria ter sido tão má, e você é tão boa, me perdoe.

- Tudo bem Selena!

- Sel por favor. – Rimos.

- Eu sei o que fez pela Demi. E agradeço por estar com a minha amiga quando ela mais precisou de mim, sei que não é fácil pra ela enfrentar essa barra. Se eu conheço bem minha amiga ela está detestando essa situação. E eu fui tão cruel com ela. Queria tanto pedir perdão.

- Por que não pede então? – Fiquei sem entender ate Demi aparecer com os olhos vermelhos de trás de uma pilastra empurrando as rodas da cadeira, já chorando antes mesmo de chegar.

- Oh minha amiga me perdoe. – Nos abraçamos forte, precisava tanto daquilo. Minha amiga estava ali comigo agora.

- Claro que sim Sel! – Miley que também estava chorando muito nos abraçou.

CONTINUAÇÃO............

Oi amores!!! Espero que tenham gostado deste capitulo super fofo rsrsr

E para o próximo preciso de mais cinco comentários. E agradeço a quem comentou no cap. Anterior, confesso que fiquei surpresa com a quantidade e agilidade. Bigadin  ;D